23 de dezembro de 2010

Atos em palavras.

Sempre fui de gostar das palavras, às vezes chegava a acreditar que gostava mais de palavras do que de pessoas, isso antes de entender que as pessoas não passavam meramente de palavras mal resolvidas. Gosto das palavras que dançam e embalam minhas tardes de chuva, elas sobem sobre o sofá, deitam ao redor do copo com café amargo e equilibram todo o sabor com a sua doçura, elas se achegam e ali ficam, tomam conta de todo o espaço e eu apaixonada que sou pelas mesmas não faço questão de abrir a janela para deixá-las escapar.
É quando fecho os olhos bem forte, quando faço com que as pálpebras descansem que eu as enxergo, são azuis oceano e eu as respiro, as ouço como melodia de bolero, às vezes são feitas de bossa nova, mas quando é silêncio é o canto das palavras que já se encontram cansadas, cansadas de algum desamor.
Elas são dispersas não reparam por onde andam e nem mesmo o estrago que causam, a afoita que sou ao procurar por todas elas. Elas desconversam, são inevitáveis, simples e às vezes monótonas. Mas um apaixonado por palavras se sujeita a escutá-las e enxergá-las como se estivesse em uma consulta psiquiatra, compreendo e acolhendo.
Meu objetivo é de um dia me tornar simples e puramente a mãe de todas as palavras. Eu falo é do AMOR.

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